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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O órfão - Alberto de Lacerda

O que me falta? Não sei.
Talvez a morte, talvez
uma mão acarinhando
a minha fronte dorida.

Pobres mulheres que tanto
desejáveis ter um filho!
Eu sou, desconhecido, a vossa própria vida.

To night - Alberto de Lacerda

Esta noite vou embebedar os meus navios
Rasgar os meus poemas
E as minhas raras (raríssimas)
Cartas de amor

Esta noite vou ser horrível
Pior do que o costume
Vou desabobadar os céus da minha esperança
Viga por viga estrela por estrela

Esta noite vou embebedar os meus navios
Vou deixar de falar a imensa gente
Vou encontrar um sábio chinês
Que me recitará poemas muito simples
Insuportáveis de tão belos

Esta noite vou destruir mapas antigos
Abrir certas janelas e quebrar
A possibilidade de alguém mais entrar na minha vida

Esta noite vou pedir perdão aos meus amigos
E escrever uma última carta sem a mínima sombra de sentimentalismo.

Esta noite vou embebedar os meus navios.