Mostrando postagens com marcador Bertolt Brecht. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bertolt Brecht. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de julho de 2011

Poesia do exílio - Bertolt Brecht

Nos tempos sombrios
se cantará também?
Também se cantará
sobre os tempos sombrios.


Brecht, Bertolt, 1898-1956.
Antologia Poética/ Bertolt Brecht; seleção e tradução de Edmundo moniz. 2ª ed.- Rio de Janeiro: Elo Editora, 1982.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A exceção e a regra - Bertolt Brecht

Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra.

As águas do rio - Bertolt Brecht

Por mais que olhes o rio
que corre pesadamente diante de ti,
nunca verás as mesmas águas.
Nunca regressa a água que passa.
Nem uma só gota
volta à sua nascente.

A bondade - Bertolt Brecht

Não fazer mal a ninguém, nem tampouco, a si mesmo.
Tornar todo mundo feliz e a si mesmo também.
Eis a bondade.

Palavras de uma mulher apaixonada - Bertolt Brecht

Quero partir com o homem que amo.
Não quero pensar no que este amor custará.
Não quero perguntar-me se ajo insensatamente.
Não quero saber tampouco se ele me ama.
Quero partir com o homem que amo.

Entendimento - Bertolt Brecht

Por que brigamos
amor,
se sempre na cama
estamos de acordo?

Poesia do exílio - Bertolt Brecht

Nos tempos sombrios
se cantará também?
Também se cantará
sobre os tempos sombrios.

Nada é impossível de mudar - Bertolt Brecht

Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.

Uma voz - Bertolt Brecht

De todo o jardim
uma rosa nos agradou.
Como era formosa em seu florescimento!
Em março a plantaram
e não foi em vão.
Ditoso os que tem um jardim
e no jardim uma rosa!

Quando sopram os ventos e cai a neve
e, através da janela, ouvimo-los silvar
que nos pode acontecer?
Fizemos o nosso teto
e o cobrimos de musgo e de palha.
Ditosos os que podem ter um teto
quando se ouve silvar os ventos e cair a neve.