Ó árvore, quantos séculos levaste
a aprender a lição que hoje me dizes:
o equilíbrio, das flores às raízes,
sugerindo harmonia onde há contraste?
Como consegues evitar que uma haste
e outra se batam, pondo cicatrizes
inúteis sobre os membros infelizes?
Quando as folhas e os frutos comungaste?
Quantos séculos, árvore, de estudos
e experiências - que o vigor consomem
entre vigílias e cismares mudos.
demoraste aprendendo o teu exemplo,
no sossego da selva armada em templo,
E dize-me: há esperança para o homem?
A árvore/Geir Campos. In:Campos, Paulo Mendes(org.) Forma e expressão do soneto. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1952.
Este texto foi publicado originalmente em: Campos,Geir. Rosa dos rumos. Rio de Janeiro: revista Literária, 1950.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário