Vamos, dedique-se por inteiro
às aparências, às coisas propriamente
ditas. Procure frequentá-las,
trazê-las para dentro de si mesmo,
incorporá-las dia a dia,
a cada instante,
por mais irrisório/absurdo que pareça.
Pode ser, no entanto, que você
não resista o tempo todo
e, de vez em quando, se afaste
da consistência das coisas
e se deixe levar
pelo hábito de transformá-las
em encantamento ou profundidade.
Não se perturbe. Ao persistir,
voltaremos mais uma vez a elas,
imperfeitos e concentrados
- como no amor-, embora adivinhando,
e já pouco importa, que ainda
não estamos preparados.
Machado, Duda. Margem de uma onda. São Paulo: Edditora 34, 1977.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 21 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário