Não torna ao ramo a folha que o deixou,
Nem com seu mesmo pé se uma outra forma.
O momento, que acaba ao começar
Este, morreu p'ra sempre.
Não me promete o incerto e vão futuro
Mais do que esta repetida experiência
Da mortal sorte e a condição perdida
Das coisas e de mim.
Por isso, neste rio universal
De que sou, não uma onda, senão ondas,
Decorro inerte, sem pedido, nem
Deuses a quem o faça.
Pessoa, Fernando, 1888-1935.
Poesia/ [poesias de ] Ricardo Reis. - São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
Nossa, que lindo!!!
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