sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não sei o que desgosta a minha alma doente - Fernando Pessoa

Não sei o que desgosta
A minha alma doente.
Uma dor suposta
Dói-me realmente.

Como um barco absorto
Em se naufragar
À vista do porto
E num calmo mar.

Por meu ser me afundo,
P'ra longe da vista.
Durmo o incerto mundo.



Pessoa, Fernando, 1888-1935
Poesia, 1902-1917 / Fernando Pessoa; edição Manuela Parreira da silva, Ana Maria Freitas e Madalena Dine. - São Paulo: Companhia das letras, 2006.

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