Eu queria fazer parte das árvores como os
pássaros fazem.
Eu queria fazer parte do orvalho como as
pedras fazem.
Eu só não queria significar.
Porque significar limita a imaginação.
E com pouca imaginação eu naõ poderia
fazer parte de uma árvore.
Como os pássaros fazem.
Então a razão me falou: o homem não
pode fazer parte do orvalho como as pedras
fazem.
Porque o homem não se transfigura senão
pelas palavras.
E isso era mesmo.
Barros, Manoel de, 1916-
Menino do mato/Manoel de Barros.- São Paulo: Leya, 2010
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
Maravilhoso poema. Escutei hoje quando assistia a TV Cultura e falava sobre espécies de árvores. Fiquei encantada com a sensibilidade do autor.
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