Naquele dia eu estava um rio.
O próprio.
Achei em minhas areias uma concha.
A concha trazia clamores do rio.
Mas o que eu queria mesmo era de me
aperfeiçoar quanto um rio.
Queria que os passarinhos do lugar
escolhessem minhas margens para pousar.
e escolhessem minhas árvores para
cantar.
Eu queria aprender a harmonia dos gorjeios.
Barros, Manoel de, 1916.
Menino do mato / Manoel de Barros. - São Paulo; Leya, 2010.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 21 horas
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