Pelo tamanho e pelo brilho, parece uma lágrima. Os cientistas o chamam de lepisma saccharina, mas ele responde pelo nome de peixinho de prata, embora de peixe não tenha nada e não conheça a água.
Dedica-se a devorar livros, embora também não tenha nada de traça. Come o que encontra, romances, poemas, enciclopédias, pouco a pouco, engolindo palavra, de qualquer idioma.
Passa a vida na escuridão das bibliotecas. Do resto, não tem nem idéia. A luz do dia o mata.
Seria erudito, se não fosse inseto.
Galeano, Eduardo, 1940-
Bocas do tempo / Eduardo Galeano. - Porto Alegre: L&PM, 2004
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 21 horas
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