mO que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si.
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi,
Não é a irmã que já perdi,
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza.Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
Esse é um dos mais lindos! Foi um dos que eu usei no casamento, lembra?
ResponderExcluirComo a poesia consegue fazer isso com a gente? É como se cada verso não fosse novo, mas sim fosse uma lembrança de um tempo imemorial...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu não lembrava do poema só por causa do casamento mas porque quando o leio acho que se parece com Alê+Isa.
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