sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Poema desentranhado de uma prosa de Augusto Frederico Schmidt _ Manuel Bandeira

A luz da tua poesia é triste mas pura.
A solidão é o grande sinal do teu destino.
O pitoresco, as cores vivas, o mistério e calor dos outros
seres te interessam realmente
Mas tu estás apartado de tudo isso, porque vives na companhia
dos teus desaparecidos,
Dos que brincaram e cantaram um dia à lua das fogueiras
de São João
E hoje estão para sempre dormindo profundamente.
Da poesia feita como quem ama e quem morre
Caminhaste para uma poesia de quem vive e recebe a tristeza
Naturalmente
- Como o céu escuro recebe a companhia das primeiras estrelas.

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