Era um homem que tinha uma sombra branca
que de tão branca
ninguém a via.
Mesmo assim ela o seguia
e com ela dialogava.
Tinha-se a impressão
que uma coisa ausente
lhe fazia companhia
o duplicava
- quase seu guia.
Na verdade ele era a sombra
de sua sombra
- a parte da sombra que se via.
Vestígios/Affonso Romano de Sant'Anna. Rio de Janeiro: Rocco,2005.
REFLEXÕES DO MESTRE DO GÊNERO
Há 3 semanas
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