É isso:
quando ela me sobrevém - a poesia
e pulsa e respira forte
a mão procura o papel
como a agulha aponta o norte.
É isso:
quando me inunda os ossos
tenso, remo com os versos que posso
derramo a alma contida
e o alquebrado pote.
É isso:
quando a poesia revem
carrego papel e lápis pra cama
como quem acomoda e ajeita
o corpo que aquece e ama.
É isso:
quando a poesia se oferta
e a insônia povoa os olhos
atravesso a pele das noites
num ofício de trevas claras.
Vestígios/Affonso Romano de Sant'Anna.Rio de Janeiro: Rocco, 2005.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
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