Certas palavras tem ardimentos; outras não.
A palavra jacaré fere a voz.
É como descer arranhado pelas escarpas de um serrote.
É nome com verdasco de lodo no couro.
Além disso é agríope (que tem olho medonho).
Já a palavra garça tem para nós um
sombreamento de silêncios...
E o azul seleciona ela!
Barros, Manoel de, 1916-
Poesia completa/ Manoel de Barros.- São Paulo: Leya, 2010.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
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