O último olhar do condenado não é nublado
sentimentalmente por lágrimas
nem iludido por visões quiméricas.
O último olhar do condenado é nítido como uma fotografia:
vê até a pequenina formiga que sobe acaso pelo rude braço do verdugo,
vê o frêmito da última folha no alto daquela árvore, além...
Ao olhar do condenado nada escapa, como ao olhar de Deus
-um porque é eterno,
o outro porque vai morrer.
O olhar do poeta é como o olhar de um condenado...
como o olhar de Deus...
Quintana, Mario, 1906-1994.
Quintana de bolso/Mario Quintana.- Porto Alegre:L&PM,1997.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário