Os rios recebem, no seu percurso, pedaços de pau,
folhas secas, penas de urubu
E demais trombolhos.
Seria como o percurso de uma palavra
antes de chegar ao poema.
As palavras, na viagem para o poema, recebem
nossas torpezas, nossas demências, nossas vaidades.
E demais escorralhas.
As palavras se sujam de nós na viagem.
Mas desembarcam no poema escorreitas: como que filtradas.
E livres das tripas do nosso espírito.
Barros, Manoel de, 1916-
Poesia completa/Manoel de Barros.- São Paulo: Leya,2010.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há uma semana
Nenhum comentário:
Postar um comentário