Narciso, foste caluniado pelos homens,
por teres deixado cair, uma tarde, na água incolor,
a desfeita grinalda vermelha do teu sorriso.
Narciso, eu sei que não sorrias para o teu vulto, dentro da onda:
sorrias para a onda, apenas, que enlouquecera, e que sonhava
gerar no ritmo do seu corpo, ermo e indeciso,
a estátua de cristal que, sobre a tarde, a contemplava,
florindo para sempre, com o seu efêmero sorriso...
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
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