Uma flor voava.
Por mais que pareça impossível,
uma flor voava.
Uma flor amarela ia voando,
e levava ao lado o seu botão fechado.
Parecia uma jovem graciosa
com sua bolsinha no braço.
Voava a flor amarela,
no ar indefinido.
E nuns troncos imensos,
muito grossos, muito altos,
uns troncos cheios de crepúsculo,
como colunas do céu,
sentinelas da vida,
nuns troncos muito escuros
iam pousando enormes borboletas flácidas,
amarelas e pretas,
que decerto pousavam para sempre,
sem rumo nem poder,
amarelas e pretas, muito sinistras,
muito flácidas, muito grandes.
E a pequena flor amarela voava,
solta, levíssima,
por um rumo secreto,
de alma evadida.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 2 dias
Nenhum comentário:
Postar um comentário