Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que lá se vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!
Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?
Como vais,como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?
Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.
Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas
Porque és puro e porque és bom!
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
Excelente!
ResponderExcluirLembro-me desse poema lindo e profundo que me tocou fortemente aos 9 anos, prefaceando o livro SAUDADE de Tales de Andrade, exemplar do qual ganhei como presente de aniversário de minha querida professora do segundo ano primário, D. Violeta Mendes Ferreira, no Grupo Escolar BRASIL, cidade de Uberaba-MG, no ano de 1960. O poeta diz, numa linguagem que só o espírito entende, que o coração é mais que uma bomba fisiológica, é um centro de energia e vitalidade que nos mantém conectados com a essência da Vida, Aquilo que que É, a nossa real e única natureza!
Parabéns à alma sensível da Ana Cristina Penov que trouxe à luz da WEB esta pérola discreta mas tão eloquente por si mesma.
Parabéns Ana Cristina por trazer esta pérola discreta mas tão eloquente do poeta G.de Almeida à luz da WEB!
ResponderExcluirObra viva ressaltando o caráter mais que fisiológico do coração humana, um locus sustentador da vida, um centro da real natureza humana que é o próprio Divino!