O nosso ninho, a nossa casa, aquela nossa despretensiosa água-furtada,
tinha sempre gerânios na sacada
e cortinas de tule na janela.
Dentro, rendas, cristais, flores... em cada
canto, a mão da mulher amada e bela
punha um riso de graça. Tagarela,
teu canário cantava à minha estrada.
Cantava... E eu te entrevia, à luz incerta,
braços cruzados, muito branca, ao fundo,
no quadro claro, da janela aberta.
Vias-me. E então, num súbito tremor,
fechavas a janela para o mundo
e me abrias os braços para o amor!
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
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