sábado, 5 de junho de 2010

Os últimos românticos - Guilherme de Almeida

Deixas, enquanto o luar branqueia  o espaço,
pela escada de seda, o parapeito...
E vens, leve e ainda quente do teu leito,
como um sono de tule, por meu braço...


Somos o par mais poético e perfeito
dos últimos românticos... Teu passo,
cantando no jardim, marca o compasso
do coração que bate no meu peito.

Depois partes e eu fico. E às escondidas,
sobre a volúpia verde das alfombras,
minha sombra confunde-se na tua...


Ah! pudessem fundir-se nossas vidas
como se fundem nossas duas sombras,
sob o mistério pálido da lua!

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