terça-feira, 17 de agosto de 2010

Enigma do amor - Murilo Mendes

Olho-te fixamente para que permaneças em mim.
Toda esta ternura é feita de elementos opostos
Que eu concilio na síntese da poesia.

O conhecimento que tenho de ti
É um dos meus complexos castigos.
Adivinho através do véu que te cobre
O canto de amor sufocado,
O choque ante a palavra divina, a antecipação da morte.
Minha nostalgia do infinito cresce
Na razão direita do afastamento em que estou do teu corpo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário