segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A solteirona - Rainer Maria Rilke

Leve, como após a morte,
as luvas e o lenço toma.
Da cômoda, um cheiro forte
suplanta o dileto aroma

tão próprio, de antigamente.
Já vaidosa não indaga
( a algum remoto parente):
- Que tal? - e em sonhos divaga

na alcova, que assim bonita
conserva e trata e aprimora:
porque certamente a habita
a mesma moça de outrora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário