Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
Com janelas de aurora e árvores no quintal -
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas como a roupa dos
pescadores.
O que desejo é apenas uma casa. Em verdade,
Não é necessário que seja azul, nem que tenha cortinas de
rendas.
Em verdade, nem é necessário que tenha cortinas.
Quero apenas uma casa em uma rua sem nome.
Sem nome, porém honrada, Senhor. Só não dispenso a
árvore,
Porque é a mais bela coisa que nos destes e a menos amarga.
Quero de minha janela sentir os ventos pelos caminhos,
e ver o sol.
Dourando os cabelos negros e os olhos de minha amada.
Também a minha amada não dispenso, meu Senhor.
Em verdade ela é a parte mais importante deste poema.
Em verdade vos digo, e bastante constrangido,
Que sem ela a casa também eu não queria, e voltava pra
pensão.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
singular!! vc poderia me informar em qual livro do Manoel de Barros está presente essa poesia?
ResponderExcluirdesde já, obrigada.
Douglas, o poema pode ser encontrado no livro Poesia completa / Manoel de Barros - São paulo:
ResponderExcluirLeya, 2010, pag.69.
Eu ganhei este livro e garanto que é lindo. A obra de Manoel de Barros é ímpar, maravilhosa mesmo. Abraço