Chegando em casa
com a alma amarfanhada
e escura
das refregas burocráticas
leio sobre a mesa
um bilhete que dizia :
-hoje, 22 de agosto de 1994
Meu marido perdeu, deste terraço :
Mais um pôr do sol no Dois Irmãos
o canto de um bem-te-vi
e uma orquídea que entardecia
sobre o mar.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 20 horas
Nossa, que esposa sádica...rs
ResponderExcluirComo a vida nos diminui, esse cotidiano pequeno. Se bem que, para um ser sensível como o poeta, a mediocridade também expande a alma, até que surge um poema tão lindo e simples como esse...
A esposa dele é Marina Colasanti, escritora e poeta também.Eu entendi que ela quis alertá-lo sobre o tempo dele :muito envolvido no trabalho, em questões burocráticas, não pode ver com ela momentos tão preciosos que o deixariam muito melhor.Acho também que ela quis dizer o quanto a presença dele é importante em momentos tão lindos para dividir com ela.
ResponderExcluirDe qualquer maneira, essa é a magia da poesia:oferece a possibilidade de diversas interpretações e como se diz: o poema não é de quem o faz mas de quem o lê.Beijos
É incrível como há tempos já se anunciava a entrega do homem a rotina, ao trabalho, as coisas "grandes" demais enquanto as pequenas era, e hoje são mais, deixadas pra trás...
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