Começo a olhar as coisas como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.
Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!
Nada mais é gratuito, tudo é ritual.
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm os que amando tudo o que perderam
já não mentem.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 21 horas
Ana Cristina,
ResponderExcluirGosto do "Despedidas" desde a primeira vez que o li. Você disse exatamente o que acho, no comentário que fez em meu Blog.
Affonso Romano de Sant`Ana é tão pleno e exato que chega a ser difícil não buscá-lo no dia-a-dia.
Algumas vezes pensei como seria uma conversa entre ele e Fernando Pessoa...
Certamente deveríamos ler o diálogo com tubos de oxigênio por perto!
este teu Blog é muito bom. Sempre o indico para amigos ou pessoas que querem começar a conhecer poetas.
Grande abraço e uma ótima semana para você,
Gilia