Só a leve esperança em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca, nunca a pomos onde nós estamos.
FEIRA DO LIVRO - PARTE 2
Há 21 horas
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